Leptospirose
A
Leptospirose é uma zoonose (doença transmitida dos animais para o
homem assim como do homem para os animais) causada por uma bactéria
do gênero Leptospira, possuindo distribuição mundial com
altíssima incidência em regiões tropicais intimamente relacionada
a épocas de chuvas e enchentes.
No
Brasil, como em outros países em desenvolvimento, a maioria das
infecções ocorre através do contato com águas de enchentes
contaminadas por urina de ratos. Nesses países, a ineficácia ou
inexistência de rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, a
coleta de lixo inadequada e as consequentes
inundações
são condições favoráveis à alta endemicidade e às
epidemias.
A
transmissão em cães pode ocorrer por contato direto de animais
infectados, ou mais frequentemente, por transmissão indireta, onde o
animal susceptível fica exposto a uma ambiente contaminado. A
leptospira se multiplica rapidamente após entrar no sistema vascular
espalhando -se por muitos órgãos e tecidos, incluindo rins, fígado,
baço, sistema nervoso central, olhos e trato genital.
A
apresentação clínica da leptospirose é bifásica, uma fase aguda
e outra septicêmica (leptospiremia) que dura cerca de uma semana,
seguida de uma fase imune, caracterizada pela produção de
anticorpos e eliminação de leptospiras na urina (leptospirúria).
Fase
de leptospiremia: fase de
multiplicação do agente na corrente circulatória e em vários
órgãos (fígado, baço e rins, principalmente). Ocorrem lesões
mecânicas em pequenos vasos, causando hemorragias e trombos, que
levam à infartes teciduais. A icterícia (aumento da concentração
de bilirrubina na circulação) ocorre principalmente devido à lesão
hepática, e não à destruição de hemácias. O rim começa a ter
problemas de filtração. Há uremia ( aumento da concentração de
uréia e ou creatinina mais sinais clínica associados) e o animal
apresenta hálito de amônia. Este é o quadro agudo da doença no
homem e no cão. A duração desta fase é de aproximadamente 4 dias
(raramente chega à 7 dias).
Fase
de leptospirúria: é a fase de imunidade, é caracterizada pela
formação crescente de anticorpos com estabelecimento das
leptospiras em locais de difícil acesso aos mesmos. Formam massas
nos túbulos contornados renais, na câmara anterior do globo ocular,
no sistema reprodutivo (vesícula seminal, próstata, glândula
bulbo-uretral). A leptospirúria pode ser intermitente e durar de
meses a anos.
O
diagnóstico inicial da leptospirose é feito com base nos sintomas
e sinais clínicos, avaliação do histórico e contexto
epidemiológico e pelos resultados de exames laboratoriais, tais como
elevação de atividade de enzimas hepáticas, bilirrubina,
creatinina e uréia séricas. O diagnóstico laboratorial inclui
hemograma completo, urinálise, sorologia e identificação da
bactéria em tecidos apropriados. Na rotina clínica , a confirmação
do diagnóstico clínico e epidemiológico se dá pela pesquisa de
anticorpos específicos no soro, por meio do teste de soroaglutinação
microscópica, ELISA, ou teste de aglutinação macroscópica em
lâmina.
A
terapia de suporte para animais com leptospirose depende dos
sinais clínicos, da presença de disfunção renal e/ou hepática e
outros fatores complicantes. Deve -se promover a hidratação a qual
pode reverter os quadros de oligúria (diminuição a frequencia
urinária) e anúria (ausência de urina), devendo ser usados
diuréticos em casos mais graves. Também podem ser utilizados anti –
eméticos quando da ocorrência de vômitos, em casos de hemorragia
pode ser necessária a transfusão de sangue. A terapia com
antibióticos deve começar tão breve possível, sendo a penicilina
e seus derivados o antibiótico de escolha para o tratamento da
leptospiremia.
A
leptospirose é uma zoonose importante no Brasil e o cão por seu
intimo contato com o homem, pode se tornar uma fonte de infecção.
Para a prevenção da leptospirose, tanto humana quanto canina, é
preciso a implementação de uma série de medidas de controle, como
o controle da população de roedores, a manutenção de um ambiente
desfavorável à sobrevivência das leptospiras e isolamento e
tratamento dos animais infectados, além de se evitar o contato com
água de enchentes para que não ocorra a disseminação da doença.
Além dessas e outras medidas, a vacinação dos animais domésticos
é de extrema importância prevenindo o aparecimento da doença.
A
Colméia Clínica Veterinária possui um grande experiência em casos
de Leptospirose, realizando detalhadamente exames clínicos e
laboratoriais, além de programas de vacinação prevenindo o
surgimento da doença.
Drª
Tayná Caroline Schwonka (Médica Veterinária).
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