Giardíase
Descrição e Ciclo
da Doença
Denomina-se
giardíase a infecção pelo protozoário G.
Duodenalis acompanhada
por sinais clínicos. A manifestação clínica da doença pode
proceder em um a dois dias á eliminação dos cistos. Dentre
os animais domésticos, o protozoário, pode acometer cães, gatos,
ovinos, bovinos, caprinos e cavalos, entre os animais silvestres são
citados pássaros, camundongos e vários outros mamíferos selvagens.
A
ingestão da água contaminada
com cistos é a maior causa de
giardíase nos animais e no homem, o que caracteriza como uma doença
de veiculação hídrica.A sobrevivência dos cistos na água depende
da temperatura, eles podem permanecer viáveis por até dois meses em
água a 8 °C, e por apenas quatro horas em água a 37 °C. Após a
ingestão de cistos há o desencistamento dos trofozoítos. Esse
fenômeno é iniciado no estômago pelo ácido gástrico, que ativa
os cistos, o processo é completado no duodeno. O ambiente ácido do
estômago, um pH de 2,0 ou menos, e o pH praticamente neutro do
duodeno são essenciais para este processo.
A
colonização pelos trofozoítos está limitada ao duodeno distal e
jejuno proximal. Uma vez que estejam no ambiente do conteúdo
intestinal e na corrente fecal, as alterações ambientais fazem com
que os trofozoítos encistem. Os cistos são expelidos nas fezes após
um período pré-patente, que varia de 6 a 14 dias. Após a ingestão
por um
hospedeiro
apropriado, o ciclo se repete.
Sinais Clínicos
Geralmente,
os animais infectados apresentam fezes de coloração pálida,
amolecidas e com odor fétido, ocasionalmente podendo ser aquosas ou
hemorrágicas. Alguns animais podem apresentar perda de peso,
anorexia, febre, vômitos e dor abdominal.
Porém,
a maioria dos casos são subclínicos, especialmente em animais
adultos. Nesta faixa etária, a giardíase pode ser assintomática. A
doença clinicamente aparente ocorre principalmente em filhotes e
animais debilitados ou com doenças concomitantes, sendo a diarreia o
sinal clínico mais comum. A diarreia também é comum em animais
jovens e que vivem em locais de alta densidade populacional, como
canis e gatis.
A
variação na manifestação clínica da giardíase resulta de
fatores relacionados ao hospedeiro, tais como sua resposta
imunológica e sua condição nutricional. Assim como, de fatores
referentes ao parasito, como a virulência e a patogenicidade da cepa
de Giardia.
“A
giardíase tem sido uma das principais causas de doença nos animais
domésticos, constituindo-se em problemas relativamente comuns na
clínica médica de pequenos animais, em que pese o uso mais
frequente de vermífugos, o problema é visto diariamente em
consultórios, clínicas e hospitais veterinários ”.
Diagnóstico
O
diagnóstico realizado através da Técnica Coproparasitológica,
onde os cistos e trofozoítos estão presentes
em amostras fecais, são o meio diagnóstico definitivo
de giardíase, porque os sinais clínicos e os testes biológicos
laboratoriais, não são específicos.
A técnica da
centrifugação com sulfato de zinco, é o método preferencial para
a detecção dos cistos de G. duodenalis. As fezes podem ser
preservadas em 2 a 5% de formalina. Contudo, um exame fecal negativo
não descarta a possibilidade de infecção por G. duodenalis, porque
o período pré - patente pode ser mais longo que o período de
incubação, e frequentemente o hospedeiro elimina os parasitas
intermitentemente. O exame direto de amostras fecais por três dias
consecutivos é necessário, para apoiar a confiança no resultado de
que a giardiase pode ser eliminada das considerações diagnósticas.
Outras
técnicas podem ser utilizadas para detecção de Giardíase como:
Técnica para Detecção de Coproantígenos (ELISA),
este teste detecta antígenos nas fezes conservadas em formol ou
mantidas sob refrigeração, ou também pode ser solicitado reação
da polimerase em cadeia (PCR).
Tratamento
Albendazol,
pertencente ao grupo benzimidazóis, é administrado dois dias para
cães com 90% de eficiência, mas é potencialmente tóxico, causando
mielosupressão, também há suspeitas que seja teratogênico, não
sendo indicado para gestantes.
O
fenbendazol, também é do grupo dos benzimidazóis, apresenta para
cães um efeito de 100% de remoção de Giardia,
(de 6 em 6 cães tratados), não foram observados efeitos colaterais
como diarréia .
Os
compostos nitroimidazóis, como metronidazol, o ipronidazol, o
secnidazol e
o
tinidazol, possuem estrutura química e mecanismo de ação
semelhante aos derivados
nitrofurínicos
e tem sido empregados com sucesso no tratamento de Giardia.
O
importante é observarmos que nenhuma droga funciona em 100% dos
casos. Os testes de triagem das drogas estão baseados na remoção
dos cistos das fezes, porém é possível que os organismos ainda
estejam no trato intestinal, que haja inibição de produção de
cistos por um período de tempo e ocorra uma infecção futura.
Certamente que a autoinfecção externa também pode ocorrer pela
presença de cistos nos pêlos do animal, por isso o período
pré-patente para Giardia
é extremamente curto,
pois é possível um animal se reinfectar e excretar cistos, 5 dias
depois do último tratamento.
Falhas
no tratamento da giardíase podem ser observadas, estas poderiam
resultar da resistência do parasita aos fármacos, da sensibilidade
diferenciada das cepas de Giardia
e dos possíveis déficits da resposta imune do
hospedeiro.
Controle
e Prevenção
Medidas
de desinfecção do ambiente são sempre fundamentais no controle do
protozoário, bem como de outras infecções provocadas por outros
agentes. É importante salientar que também é necessário o banho
no animal, pois alguns protozoários podem ter ficado aderidos na
pelagem, e no momento da desinfecção do ambiente, dos canis ou
gatis, por exemplo, é necessário observar se a água utilizada não
atinge outros ambientes de moradia dos animais, provocando falha no
processo.
Atualmente,
no Brasil vem sendo empregada uma vacina específica para Giardia
spp. Os animais podem ser
vacinados contra giardíase pela imunização com extratos de
trofozoítos de G.
duodenalis ou sobrenadante
de cultura celular, porém a eficiência protetora não está bem
testada.
A
Colméia Clínica Veterinária, oferece serviços de Vacinação
contra Giárdia , Consultas e Exames laboratoriais específicos para
animais com suspeita de doença. Qualquer informação entrar em
contato pelo telefone: (41)3666-8686.
Drª Tayná Caroline
Schwonka Vilcek.
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